quinta-feira, 1 de julho de 2010

Práticas BDSM e seus Riscos
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Dicionário de práticas BDSM e seus riscos.


Rabdofilia – (Chicoteamento)- “excitação sexual obtida por ser flagelado”. (Rodrigues Jr, 2000)

Num trecho da obra de Sacher-Masoch, A Vênus de Peles, destaca essa prática, que é especificamente uma prática BDSM e inclusive até um esteriótipo do(a) sádico(a), segurar um chicote, fora de um cenário de domador de leões ou cavalos. Mas vamos ao trecho:


“...os golpes (de chicotes) choviam vigorosos sobre minhas costas e meus braços, cortando-me a carne, em que deixava uma sensação de queimadura. O sofrimento, porém, deliciava-me porque provinha dela, a adorada, a quem estava disposta a entregar a minha vida.” (SACHER-MASOCH, Vênus in Peltz)

Bibliografia:

RODRIGUES JR, Objeto do Desejo, das variações sexuais, perversões e Desvios, SP, Iglu, 2000.


SACHER-MASOCH, A Vênus Castigadora, Tradução de José Valentim Lemos, Entrelivros Cultural,1997.

Termo popular: Chicoteamento



Participação de Sacher: Foi escolhido este trecho do livro de SACHER-MASOCH, A Vênus Castigadora,, para destacar que quando falamos de chicotadas, as intensidades dos golpes podem levar a cortes na pele. Essa prática é tão importante no meio BDSM, pois mesmo a ameaça de ser chicoteado, já é suficiente para excitar quem gosta de sofrer dor. Mesmo os que gostam de serem dominados psicologicamente, a presença do chicote na mão do(a) dominador(a) cria um clima de dominação. Existem muitos tipos de chicotes e muitas técnicas específicas para que a prática seja sã, segura e consensual. Desta forma, foram criados os chamados “Work Shop” que são encontros de praticantes, onde quem detém conhecimento de técnicas, ensina e demonstra como utiliza-lo. (sachersp@yahoo.com.br )



Relação 24/ 7 – É o tipo de entrega de um(a) masoquista a seu algoz, no caso, o indivíduo passa, por livre e espontânea vontade (consensualidade) a ser submisso(a)/ escravo(a) nas 24 horas dos sete dias da semana por um tempo determinado. Sâmara, em seu depoimento a Pizani conta que começou a conviver como submissa a seu mestre, terminando outros relacionamentos com outras pessoas para viver esse estilo de vida como submissa o tempo todo. Diz ela: “Entrei no conjunto de normas. Eu não tenho entre aspas, não tenho poder algum, direito algum sobre meu corpo. Se ele quiser me entregar para alguém, ele entrega. Se quiser me alugar, ele aluga. Se quiser me vender ele me vende. Claro que saindo de uma conversa S&M, existe a conversa homem mulher. Você pode colocar que não gostaria que acontecessem determinadas coisas. Mas se vier outro mestre interessado em mim, ele vai ter que saber se estou afim ou não. Acontece dentro do S&M, mas não na vida. Desde que eu diga sim para ele, a hora que ele me entregar, eu não posso reclamar. É obrigação dele, como mestre, dizer ao outro, quais são os meus limites. E os meus códigos. Todo mundo tem seu próprio código.” (Pizani, 1995). Um outro tipo de entrega mais radical, onde o indivíduo passa a ser totalmente escravo, sem restrições e em tempo integral, é o relatado na obra de Sacher-Masoch, a Venus de Peles, onde o personagem Severin, entrega-se, como escravo a sua amada Wanda por livre e espontânea vontade. Passaram a dialogar muito, por vários dias, até que, ambos apaixonados, ele consegue convencer Wanda de aceitar sua proposta de ser seu escravo, inclusive com contrato assinado, mas Wanda, depois de relutar muito em aceitar, apresenta o contrato redigido por ela, o que assusta muito Séverin, mas que assina incondicionalmente tal contrato, e uma carta de suicídio, para justificar uma possível morte. Trazemos um trecho do contrato que pode ser lido na íntegra no item “Contrato de escravidão” neste dicionário:

“O Senhor Séverin de Kusiemski quer, a partir de hoje, ser o prometido da Sra Wanda Dunaiew, renunciando a todos os seu direitos de amante e obrigando-se sob palavra de honra e de cavalheiro a ser seu escravo até que ela lhe conceda a liberdade... Com esse documento em mãos, ela faz as maiores humilhações, físicas e psíquicas, que todo masoquista adora. Inicialmente muda o nome de Sérafin para Gregório, chama duas criadas negras, manda amarrá-lo numa pilastra e o chicoteia sem piedade, ela retira todo o dinheiro e passaporte dele, viajam para a Itália de trem, pois ela queria exibir seu escravo, numa terra onde não existia a escravidão, mas ela na primeira classe e ele na classe de criados, param num hotel e a todo momento ela o humilha na frente de outros criados, esbofeteia seu rosto quando não é atendida prontamente, carrega as bagagens, ela dorme numa suíte de luxo e ele no quartinho frio de criados, ela come do bom e do melhor e ele restos de alimentos, mas quando ela permite, pois ela pode chamá-lo na hora em que ele iria comer para servi-la como criado, enquanto ela vai em encontros com a aristocracia local, ele ficava olhando tudo pela janela, ela se divertir, conversar, comer e ser flertadas pelos homens.”(sacher-Masoch)

Bibliografia:


PIZANI, Marcelo, Formas de Prazer, RJ, Record, 1995.
SACHER-MASOCH,
A Vênus Castigadora, Tradução de José Valentim Lemos, Entrelivros Cultural,1997.

Riparofilia – o mesmo que Misofilia.

Bibliografia:

RODRIGUES JR, Objeto do Desejo, das variações sexuais, perversões e Desvios, SP, Iglu, 2000

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